julymurillo

Archive for the ‘LETRAS PORTUGUESAS’ Category

Mi vida es como el mar…

In LETRAS PORTUGUESAS on 2013-05-11 at 12:02

200px-Sophia_Mello_Breyner_Andersen

Mi vida es como el mar, como abril en la calle,
mi cuidado se vuelca de mi interior afuera,

mi transcurrir escucha

la sílaba, la frase desde un asunto a otro,
que se graba en el tiempo, en el espacio escrita.

No llevo a Dios en mí, pero contemplo el mundo

sabiendo que se muestra la verdad.

No tengo explicaciones,
sólo miro y compruebo,

con el pensar desnudo como método.

La tierra, el sol, el viento, y con ellos el mar
son mi semblante, son mi biografía.
Así que no preguntes dónde está mi carnet
pues sólo tengo el mundo como carácter propio.

No me pidas criterios ni entrevistas,
no me preguntes fechas ni cobijos,

de todo lo que veo me alimento.

Y la hora de mi muerte emerge lentamente,
cada día en acecho.
.
.
.

Sophia de Mello Breyner Andresen (Oporto, 1919-Lisboa,2004)
.
.
.
.

A minha vida é o mar o Abril a rua,

o meu interior é uma atenção voltada para fora,

o meu viver escuta

a frase que de coisa em coisa silabada

grava no espaço e no tempo a sua escrita.

Não trago Deus em mim mas no mundo o procuro

sabendo que o real o mostrará

Não tenho explicações,

olho e confronto,

e por método é nu meu pensamento.

A terra o sol o vento o mar

são a minha biografia e são meu rosto.

Por isso não me peçam cartão de identidade

pois nenhum outro senão o mundo tenho,

não me peçam opiniões nem entrevistas,

não me perguntem datas nem moradas,

de tudo quanto vejo me acrescento

E a hora da minha morte aflora lentamente,

cada dia preparada.

Obtuvo el prestigioso Premio Camoens en Portugal y el Reina Sofía

de poesía hispanoamericana en España.

Tras la Revolución de los claveles, fue diputada del Parlamento portugués

Poema 4

In ALGO DE CUENTO, LETRAS PORTUGUESAS on 2010-06-18 at 18:53

El interrogatorio del hombre que salió de casa
después de la hora de recogida comenzó hace
quince días y aún no ha acabado…

Los inquisidores hacen una pregunta cada
sesenta minutos veinticuatro por día y exigen
cincuenta y nueve respuestas diferentes para cada una

Es un método nuevo

Creen que es imposible que no esté la respuesta
cierta entre las cincuenta y nueve que se dieron

Y cuentan con la perspicacia del ordenador
para descubrir cuál de ellas es y su relación con las
demás

Hace quince días que el hombre no duerme ni
dormirá mientras el ordenador no diga no
necesito más o el médico no necesito tanto

Caso en que tendrá su sueño definitivo

El hombre que salió de casa después de la hora
de la recogida no dirá por qué salió

Y los inquisidores no saben que la verdad está
en la sexagésima respuesta

Entretanto la tortura continuará hasta que el
médico declare

No vale la pena

JOSÉ SARAMAGO

A flor máis grande do mundo

In ALGO DE CUENTO, LETRAS PORTUGUESAS, NIÑOS on 2010-06-18 at 18:15

JOSE SARAMAGO

Tengo el alma quemada

In LETRAS PORTUGUESAS on 2010-06-18 at 14:16


Tengo el alma quemada
Por saliva de sapo
Fingiendo que descubro
Tapo

La palabra me infecta
Bajo la piel de apariencia
Pongo remedio seguro
Paciencia

En esta mal no se vive
Pero tampoco se muere
Cuando el ave no vuela
Corre

Quien no llega a las estrellas
Las puede ver desde la tierra
Quien no tiene voz para el canto
Berrea

De: José Saramago
Poesía completa
Traducción de Ángel Campos Pámpano

JOSÉ SARAMAGO-Azinhaga (Portugal-1922–Lanzarote (España )2010

su obra:http://www.elmundo.es/especiales/2010/06/cultura/saramago/obra.html

Endeixa

In LETRAS PORTUGUESAS on 2009-06-24 at 10:34

Pois meus olhos não deixam de chorar
Tristezas que não cansam de cansar-me
Pois não abranda o fogo em que abrasar-me
Pode quem eu jamais pude abrandar
Não canse o cego amor de me guiar
A parte donde não saiba tornar-me
Nem deixe o mundo todo de escutar-me
Enquanto me a voz fraca não deixar
E se em montes, em rios, ou em vales
Piedade mora ou dentro mora amor
Em feras, aves, plantas, pedras, águas
Ouçam a longa história de meus males
E curem sua dor com minha dor
Que grandes mágoas podem curar mágoas.

LUIS VAZ DE CAMÖES o CAMOENS,1524-1580)

Una casa portuguesa

In LETRAS PORTUGUESAS, LOS 50 on 2009-06-23 at 18:47

Numa casa portuguesa fica bem
pão e vinho sobre a mesa.
E se à porta humildemente bate alguém,
senta-se à mesa co’a gente.
Fica bem esta franqueza, fica bem,
que o povo nunca desmente.
Uma alegria da pobreza
está nesta grande riqueza
de dar e ficar contente.

Quatro paredes caiadas,
um cheirinho a alecrim,
um cacho de uvas doiradas,
duas rosas num jardim…
Um São José de azulejos
mais o sol da Primavera,
uma promessa de beijos,
dois braços à minha espera…
É uma casa portuguesa, com certeza!
É, com certeza, uma casa portuguesa!

No conforto pobrezinho do meu lar,
há fartura de carinho.
E a cortina da janela, o luar,
mais o sol que bate dela…
Basta pouco, poucochinho p’ra alegrar
uma existência singela…
É só amor, pão e vinho
e um caldo verde, verdinho
a fumegar na tigela.

Quatro paredes caiadas,
um cheirinho a alecrim,
um cacho de uvas doiradas,
duas rosas num jardim…
Um São José de azulejos
mais o sol da Primavera,
uma promessa de beijos,
dois braços à minha espera…
É uma casa portuguesa, com certeza!
É, com certeza, uma casa portuguesa!

Lisboa antiga

In LETRAS PORTUGUESAS, LOS 50 on 2009-06-23 at 18:20

Lisboa, velha cidade
Cheia de encanto e beleza!
Sempre formosa a sorrir
E’ ao vestir
Sempre airosa
O branco veu de saudade
Cobre o teu rosto, linda Princesa!

Olhai, senhores,
Esta Lisboa d’outras eras
Dos «cinco reis», das esperas
E das toiradas reais
Das festas, das seculares procissoes
Dos populares pregoes matinais
Que ya nao voltam mais

Lisboa d’oiro e de prata
Outra mais linda nao vejo!
Eternamente a brincar
e a cantar de contente!
Teu semblante se retrata
No azul cristalino de Tejo!

Cançao do mar

In LA TV, LETRAS PORTUGUESAS, LOS 50 on 2009-06-23 at 17:38

Fui bailar no meu batel
Além do mar cruel
E o mar bramindo
Diz que eu fui roubar
A luz sem par
Do teu olhar tão lindo

Vem saber se o mar terá razão
Vem cá ver bailar meu coração

Se eu bailar no meu batel
Não vou ao mar cruel
E nem lhe digo aonde eu fui cantar
Sorrir, bailar, viver, sonhar…contigo

durante algún tíempo los intermedios instrumentales sirvieron de Sintonia al programa de TVE -SABER VIVIR

Otra vez vuelvo a verte

In LETRAS PORTUGUESAS on 2009-05-22 at 8:43

Otra vez vuelvo a verte
sombra que pasa a través de sombras y brilla
un momento a una luz fúnebre desconocida
y entra en la noche cual estela de barco al perderse
en el agua que dejamos oír…

Otra vez vuelvo a verte,
mas, ¡ay, a mí no vuelvo a verme!
Se rompió el espejo mágico en el que volvía a verme idéntico,
y en cada fragmento fatídico veo sólo un pedazo de mí,
¡un pedazo de ti y de mí!

FERNANDO PESSOA

Grándola,Villa Morena

In LETRAS PORTUGUESAS, LUCHA on 2009-01-18 at 1:25

Grândola, vila morena
Terra da fraternidade,
O povo é quem mais ordena
Dentro de ti, ó cidade.

Dentro de ti,o cidade
O povo é quem mais ordena,
Terra da fraternidade
Grândola, vila morena.

Em cada esquina um amigo
Em cada rosto igualdade,
Grândola, vila morena
Terra da fraternidade.

Terra da fraternidade
Grândola, vila morena
Em cada rosto igualdade
O povo é quem mais ordena.

À sombra duma azinheira
Que já não sabia a idade
Jurei ter por companheira
Grândola a tua vontade.

Grândola a tua vontade
Jurei ter por companheira,
À sombra duma azinheira
Que já não sabia a idade.

JOSE ALFONSO

(esta canción emitida en la radio,fué la consigna para el arranque de la Revolución de los claveles en Portugal 1.974)